Lída Baarová - De estrela a amante do Ministro de Comunicação Nazista

15:51 Unknown 17 Comments



Nascida Ludmila Babková, no ano de 1914 em Praga na Tchecoslováquia, Lida Baarová , iniciou sua carreira  na década de 30, estudou Interpretação no Conservatório de Praga e estreou seu primeiro filme, em seu país natal , no ano de 1931. 


No ano de 1935 recebeu uma oferta de contrato da U.F.A., o mais renomado estúdio cinematográfico da Alemanha. Protagonizou ao lado de Gustav Fröhlich, o filme Barcarola / Barcarole, dirigido por Gerhard Lamprecht, que se converteu num sucesso de bilheteria. O ator era casado e tinha uma filha, mas Lída e Gustav se apaixonaram e foram morar juntos.

Lida Baarová e Gustav Fröhlich 

A carreira e vida pessoal de Lida, mudariam drasticamente , após o encontro com Joseph Goebbels (Ministro da Comunicação Nazista e um dos homens de confiança de Hitler). 

O encontro ocorreu quando Goebbels acompanhava Hitler a uma visita nos estúdios da U.F.A.

O fascínio de Goebbels por Baarová nasceu alí.

Goebbels foi um dos personagens mais sinistros da Segunda Guerra Mundial,de corpo franzino, baixa estatura e um pé aleijado, seu carisma e sua inteligência incontestáveis causavam encantamento aqueles a sua volta e lhe garantiram a época o apelido de "garanhão" , pois era um conquistador nato e tinha diversos casos fora de seu casamento.

Goebbels

Obcecado por Lída, Goebbels passou a convidar o casal Baarová-Fröhlich para diversas reuniões sociais, foram meses assediando Lida , neste mesmo período, Lida recebe uma proposta vantajosa da Metro-Goldwyn-Mayer e a promessa de que ela seria a próxima Marlene Dietrich, o ano era 1937.

A proposta foi recusada, Lida já estava emocionalmente envolvida por Goebbels além de ter nele seu maior incentivador na carreira, devido a posição que ocupava.

Lida se rendeu ao charme do braço direito de Hitler e os dois passaram a se encontrar às escondidas de Magda (esposa) e de Fröhlich.
Os rumores do relacionamento chegaram a Magda que, a princípio, optou ignorar o fato, pois estava habituada as aventuras do marido. 
Os mesmos rumores chegaram também a Fröhlich, apesar dos esforços de Lída para manter sua relação com Goebbels em segredo. Fröhlich, diferentemente de Magda não fechou os olhos para o ocorrido, conta-se que ele seguiu os dois amantes, e os surpreendeu na entrada do chalé que Goebbels havia comprado para os encontros amorosos. Ali encerrava-se um capitulo na vida de Lida, a separação de Fröhlich era inevitável e ela passou a morar em um apartamento alugado , sua carreira no cinema alemão estava no auge máximo, com o apoio de Goebbels , Lída era a principal estrela do país. Porém isso duraria pouco, Magda  a principio conformada com o caso extraconjugal de seu marido, passou a perceber que com Lida, as coisas caminhavam de forma diferente, Goebbels estava loucamente apaixonado e queria de fato viver ao lado da jovem atriz. 

Magda e Goebbels
Magda então dá a sua última cartada, recorre a Hitler, expondo-lhe todo o caso.
Dois dias após o encontro com Magda, Hitler mandou chamar seu Ministro para reprovar a sua conduta. Goebbels se mostrou determinado a renunciar à sua carreira no partido nazista, oferecendo seus serviços como cônsul em Tóquio levando consigo , Lida Baarová, Hitler rechaçou esta idéia ,o matrimônio dos Goebbels,  encarnava o protótipo da família nazista e isso não podia se perder. Acabava ali o romance de Lida e Goebbels e iniciava um novo período obscuro na vida da jovem atriz..




Lida foi proibida de atuar, proibida de sair da Alemanha e de ter convívio social. 

Em 1941 , Lida foge do país e retorna a Praga, ali, graças ao produtor Miloù Havel, participou de alguns filmes checos e peças teatrais. 

Com a ocupação alemã na sua pátria, Lida foi proibida de trabalhar também em Praga , no ano de 1942 ela viaja para a Itália, a fim de continuar sua carreira de atriz, vindo inclusive a fazer um filme com Fellini, Os Boas Vidas / Vitelloni em 1953. Depois, ela prosseguiria diante das câmeras no cinema espanhol até 1957.

Em 1945, Lída foi presa pelos americanos e brevemente encarcerada por colaboração ao movimento nazista. Sua mãe teve uma crise cardíaca no curso do interrogatório. A irmã, Zorka Janú, que também era atriz, se suicidou em março de 1946. 

Lida sofria da doença de Parkinson e faleceu no ano 2000, em Salzburg, na propriedade que herdou após a morte de seu último marido.


17 comentários:

  1. Que infeliz escolha ela fez. Se tivesse aceitado o convite da MGM...
    A propósito, mto bonita a atriz, eu não a conhecia a atriz, uma pena o envolvimento dela com a maior escória da humanidade. O nazismo e seu poder destrutivo! 😥
    Xoxo 😚😚
    Cíntia

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Pois é, uma proposta poderia ter mudado toda sua vida. Foram muitas perdas ocasionadas por suas escolhas...

      Beijinhos Cintia! Obrigada pelo comentário!!

      Excluir
  2. Que riqueza de informações, adorei cada descrição bem interessante esse tema.
    Linda atriz
    www.colecionandosaudades.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito Obrigada, Gabriella!!! Fico muito feliz com sua visita ao nosso cantinho de histórias!!

      Beijos <3

      Excluir
  3. Muito interessante esse post! Eu já tinha visto fotografias dela no Pinterest, mas nunca busquei mais informações, também não sou tão ligada ao cinema alemão.Uma pena ela não ter ido pra MGM.

    Beijos!

    http://www.blondevenus.com.br

    ResponderExcluir
  4. Na vdade eu acho que ela nunca se apaixonou por ele e sim pelo seu poder foi ganância msm.

    ResponderExcluir
  5. Assisti o filme "Lida Baarová" no Netflix e em seu lugar, eu teria me apaixonado também pelo ministro Joseph Goebbels.Mas, por suas atitudes de conquista-la , coisa que falta em muitos homens hoje.Sinto que,existiu amor por ambas as partes, sendo que por parte dela, veio acompanhado por um grande interesse profissional. Falo isso pelas coisas que li a respeito desse romance. Tudo aconteceu no tempo e na forma errada, o resultado ñ poderia ser outro.

    ResponderExcluir
  6. No filme, Hitler parecia interessado em Lída também. Não entendi qual foi a relação entre eles.

    ResponderExcluir
  7. Tem um filme com o nome dela Lida Baavorá,que espelha esta realidade.Muito bom o filme.
    Vale a pena assistir.

    ResponderExcluir
  8. Assisti o filme "Lida Baarová" e realmente este post e o que foi mostrado no filme são narrativas bem semelhantes. Filmes biográficos, baseados em fatos, são ótimas opções para conhecermos aquilo que não aprendemos nos livros de História! Parabéns ao posto!! Muito legal!!

    ResponderExcluir
  9. Há escolhas que definem uma vida. Todas as temos. Nem sempre são tão vincadas e decisivas como as de Lida. No entanto, permitam-me, aparentemente, terá sida traída pelo seu coração. A quem nunca tal aconteceu? E como julgar se "o coração tem razões que a própria razão desconhece".
    A todos, boas escolhas na vida, de preferência, com o coração.

    ResponderExcluir
  10. Vi o filme e concordo com Unknown, ela se encantou por Goebbels, se encanta mais ainda com as portas que foram abertas por ele, apesar dela ter sido uma grande atriz.Ela fez "vistas grossas" para as atrocidades cometidas pelo Terceiro Reich. Foi alertada pelo pai.

    ResponderExcluir
  11. ....ela faz um relato de que a história contada nem sempre é o que fala...pode ter acréscimo ou diminuição dos fatos.... infelizmente as vezes fazemos escolhas erradas e isso deixa sequelas

    ResponderExcluir
  12. Decisões tomadas fazem diferenças para melhor ou pior é o caso da atriz estava no auge na Alemanha nazista e não se deu conta dos horrores da guerra desastrada do louco ditador austríaco. Não teve premonição. Deixou passar a oportunidade de brilhar na maior nação da Terra.. mas de qualquer forma viveu intensamente.

    ResponderExcluir
  13. Assistir o filme super interessante,infelizmente teve escolha erradas.

    ResponderExcluir
  14. Olá! Assisti ao filme da netflix. Muito bom!e a narrativa do post aqui é bem semelhante nos detalhes! Vale a pena ver o filme, pois, além do drama real, nos mostra um pouco dos bastidores da autoridade nazista! Parabéns pelo post, unknown!

    ResponderExcluir
  15. Existe uma similitude essencial na história de várias mulheres como ela, belas e independentes e se perdem em relações doentias com homens repugnantes. Eu penso muito a respeito disso e me parecem que a falta de amor próprio e autoestima faz com que essas mulheres, que assim assimilam a lógica do machismo e da misoginia, sejam empurradas para tais caminhos pela cultura/sociedade machista e misógina, por um lado. E por outro lado, a hipótese do oportunismo, onde, neste caso em particular, ela poderia ter optado pelo capacho de hitler por acreditar que ali estaria mais amparada e alcançaria o sucesso de forma mais confortável e facilitada do que ter de abrir espaço no mercado cinematográfico americano.

    ResponderExcluir

Deixe seu comentário e faça meu coraçãozinho feliz!!

Quero muito a opnião de vocês.