A crise e o glamour dos anos 30

10:46 Unknown 3 Comments



        Após uma década de euforia, a alegria dos "anos loucos" chegou ao fim com a crise de 1929. A queda da Bolsa de Valores de Nova York provocou uma crise econômica mundial sem precedentes. Milionários ficaram pobres de um dia para o outro, bancos e empresas faliram e milhões de pessoas perderam seus empregos.




       Historicamente, em épocas de crise, a moda se torna menos ousada. Na década de 30, homens e mulheres tinham visual sóbrio, com aparência adulta, porém sofisticada. Enquanto que na década de 20 as mulheres eram andrógenas e sem curvas, na década de 30 as curvas femininas foram redescobertas.




       As saias ficaram longas e os cabelos começaram a crescer. Os vestidos eram justos e retos, além de possuírem uma pequena capa ou um bolero, também bastante usado na época. Em tempos de crise, materiais mais baratos passaram a ser usados em vestidos de noite, como o algodão e a casimira.As inovações da época foram o corte enviesado e o decote nas costas dos vestidos de noite.Os decotes profundos nas costas faziam das costas a nova zona erógena. Até os vestidos de dia eram abertos nas costas, e as saias,justas nos quadris, pela primeira vez na história revelavam a forma das nádegas.Os ombros eram destacados, a cintura voltou ao lugar.Uma das coisas que surgiram nessa época foram os conjuntos: vestidos, saias ou casacos que podiam ser combinados entre si e coordenados com luvas,chapéus, cachecol ou bolsa.
O chapéu cloché, usado nos anos 20, deu lugar à boina, usada de lado. Diferentes estilos de calçados foram criados nessa época: sapatilhas, com tiras no tornozelo, saltos em tamanho médio, pontas arredondadas, sapatos bicolores e o modelo pump (sapatos sem nenhum tipo de presilha e que deixam o peito do pé à mostra).














       Em 1935, um dos principais criadores de sapatos, o italiano Salvatore Ferragamo, lançou sua marca, que viria a se transformar em um dos impérios do luxo italiano. Com a crise na Europa, Ferragamo começou a usar materiais mais baratos, como o cânhamo, a palha e os primeiros materiais sintéticos. Sua principal invenção foi a palmilha compensada.











       Gabrielle Chanel continuava sendo sucesso, assim como Madeleine Vionnet e Jeanne Lanvin. A surpreendente italiana Elsa Schiaparelli iniciou uma série de ousadias em suas criações, inspiradas no surrealismo. Outro destaque é Mainbocher, o primeiro estilista americano a fazer sucesso em Paris. Seus modelos, em geral, eram sérios e elegantes, inspirados no corte enviesado de Vionnet. 



                                                        Chapéus de Elsa Schiaparelli


        Alguns modelos novos de roupas surgiram com a popularização da prática de esportes, como o short, que surgiu a partir do uso da bicicleta. Os estilistas também criaram pareôs estampados, maiôs e suéteres. Um acessório que se tornou moda nos anos 30 foram os óculos escuros. Eles eram muito usados pelos astros do cinema e da música.







        A mulher dessa época devia ser magra, bronzeada e esportiva, o modelo de beleza da atriz Greta Garbo. Seu visual sofisticado, com sobrancelhas e pálpebras marcadas com lápis e pó de arroz bem claro, foi também muito imitado pelas mulheres.O cinema, aliás, foi o grande responsável pela disseminação de novos looks. Marlene Dietrich, Mae West, Katharine Hepburn e Jean Harlow eram as divas do momento.


                                                                           Greta Garbo


       No final dos anos 30, com a aproximação da Segunda Guerra Mundial, que estourou na Europa em 1939, as roupas já apresentavam uma linha militar, assim como algumas peças já se preparavam para dias difíceis, como as saias, que já vinham com uma abertura lateral, para facilitar o uso de bicicletas.




      Muitos estilistas fecharam suas maisons ou se mudaram da França para outros países. A guerra viria transformar a forma de se vestir e o comportamento de uma época.


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